Capital Psicológico: O que é e quais as vantagens para as organizações
Nas áreas de negócios, gestão e psicologia organizacional, ouvir falar sobre capital econômico (o que você tem), capital humano (o que você conhece) e o capital social (quem você conhece) é algo comum. Porém, a expressão “capital psicológico” — embora já houvesse sido referida em outros campos do conhecimento, como na economia e a sociologia — ainda é um conceito novo, ainda mais no dia a dia das organizações.
O Capital Psicológico, ou PsyCap, surgiu da Psicologia Positiva a partir dos estudos desenvolvidos acerca do Comportamento Organizacional Positivo, mais precisamente a partir de 2002. Esse conceito está voltado às organizações e ao trabalho, colocando as capacidades de ser otimista, esperançoso, autoeficaz e resiliente como qualidades que poderiam aumentar o desempenho das pessoas, grupos e organizações.
Nesse sentido, o Capital Psicológico é formado por autoeficácia, esperança, otimismo e resiliência. De acordo os primeiros estudiosos do assunto, a junção desses quatro elementos resulta em um fator maior e mais sinérgico definido pelo estado de desenvolvimento psicológico positivo de um indivíduo que tenha como características: 1) autoconfiança (autoeficácia) para assumir e utilizar o esforço necessário para ter sucesso em tarefas desafiadoras; 2) atribua uma visão positiva sobre o futuro (otimismo); 3) persevera no alcance de metas, elaborando caminhos para o seu alcance (esperança); e, por fim, 4) utiliza mecanismos que permitam lidar positivamente com problemas e adversidades e encontrar soluções (resiliência) que auxiliam a alcançar o sucesso.
Diante dessas características, podemos chegar a algumas conclusões:
- O PsyCap pode auxiliar as pessoas a alcançar seus objetivos pessoais e organizacionais, melhorar o desempenho e o engajamento;
- No exercício da liderança, o PsyCap é capaz de promover comportamentos transformacionais, fatores que facilitam o processo de gestão, aumenta o nível de consciência sobre como suas ações afetam as pessoas que os cercam e, dessa forma, gerando mais engajamento nos liderados e mais compartilhamento dos objetivos e desafios organizacionais;
- Favorece o desenvolvimento de relacionamentos interpessoais positivos, além de aumento na percepção de bem-estar, qualidade de vida e felicidade no trabalho;
- Está alinhado com culturas organizacionais pautadas em propósito e expansão da consciência e gera vantagens competitivas às organizações.
Como anda o seu Capital Psicológico?
A partir de um exercício simples de autoconhecimento, é possível descobrir como anda o seu Capital Psicológico e também o da sua equipe. Você pode começar por algumas perguntas, como:
- Que atitudes e comportamentos eu tenho frente às adversidades? (resiliência)
- Quais crenças eu tenho quando me deparo com algo que nunca fiz? (autoeficácia)
- Como tendo a imaginar o futuro que me aguarda? (otimismo)
- O que eu penso e faço para alcançar os objetivos que desejo no meu trabalho e fora dele? (esperança)
Promover estratégias que visam desenvolver o Capital psicológico das pessoas por estratégias formais e informais de treinamento e desenvolvimento é papel social de empresas co-responsáveis pelo crescimento e desenvolvimento das pessoas. O suporte dado aos colaboradores para que encontrem melhores estratégias de enfrentamento para a execução de tarefas difíceis, por exemplo, ou para outras dificuldades que possam encontrar, auxilia no desenvolvendo da resiliência.
Tarefas desafiadoras, relações de autonomia e confiança por parte do gestor e colegas de trabalho pode auxiliar o desenvolvimento das crenças de autoeficácia, que possibilitam que uma pessoa se sinta capaz de realizar algo. Planos de carreira, avaliações de desempenho com planos de desenvolvimento individuais bem definidos e que sejam acompanhados pelo gestor e pela área de gestão de pessoas também contribuem para o desenvolvimento da esperança (implementação de caminhos e rotas para alcançar os objetivos desejados).
Como praticar no dia a dia de uma organização
Uma cultura aberta à inovação e à criatividade, que aceita erros e, acima de tudo, busca soluções e visualiza que “juntos as coisas podem ser melhores”, estará indiretamente desenvolvendo em seus colaboradores o otimismo.
Se quando falamos do capital humano estamos falando do que as pessoas conhecem, quando falamos de capital psicológico estamos falando de “quem essas pessoas são” e no que “elas podem se transformar”. Temos uma visão positiva e otimista para as pessoas, estamos atentos ao seu desenvolvimento pleno e sabemos que é nosso papel, enquanto gestores e organizações, buscar meios para que isso seja concretizado no dia a dia.
Pergunte-se: como está o meu capital psicológico? O que tenho feito em prol do capital psicológico das pessoas da minha equipe? Lembre-se que continuar aprendendo é um dos grandes desafios para os novos tempos e agora você já pode contribuir para que o capital psicológico seja cada vez mais conhecido e praticado dentro das organizações. Comece por você!
* Thais Farsen é psicóloga e consultora da Light Source
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