Diversidade e sucesso nos negócios: liderança feminina na pauta no 1º Fórum de Mulheres IBGC no Paraná
A psicóloga e empresária Léia Wessling, diretora da Light Source e coordenadora do grupo Mulheres na Governança Corporativa em SC, é uma das palestrantes do primeiro de uma série de três encontros, no dia 22 de agosto
Pela primeira será realizado no Paraná o Fórum de Mulheres IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, uma série de três encontros para falar de temas tão relevantes na contemporaneidade: carreira, governança corporativa e diversidade . O objetivo é estimular e desenvolver a liderança feminina voltada à Governança Corporativa. O primeiro encontro será no dia 22 de agosto, com a participação da psicóloga e empresária Léia Wessling, diretora da Light Source e coordenadora do grupo Mulheres na Governança Corporativa em SC, como uma das palestrantes. Os demais encontros serão nos dias 19 de setembro e 17 de outubro. A primeira edição vai discutir a importância da diversidade para a governança e conselhos e terá também a participação de Célia Assis, sócia-diretora da Drixx e Consultoria Executiva, como palestrante.
Nesta entrevista, Léia Wessling ressalta a importância da diversidade – seja de gênero, raça, idade — para o sucesso nos negócios.
Por que a diversidade — de gênero, raça e habilidades, entre outras — é hoje tão fundamental para sucesso dos negócios?
O mundo é diverso, as relações são diversas e as organizações precisam também ser diversas. O sucesso dos negócios está diretamente relacionado ao quanto percebe, reconhece e respeita as diferenças seja de gênero, idade, etnia ou mesmo de habilidades. As empresas estão a serviço da vida quando se colocam como parte das relações que estabelecem com a sociedade. Então integrar e conviver com as diversidades é fundamental para o sucesso dos negócios.
E em processos de sucessão e Governança Corporativa, por que essa diversidade importa e como faz a diferença?
A diversidade é um dos pilares de uma boa Governança Corporativa. O sistema organizacional pode ser melhor gerenciado quando as empresas têm em seus conselhos e na gestão profissionais com diferentes perfis, tais como formação, localidade, cultura, idade, gênero e habilidades. A homogeneidade, neste caso, leva as organização ao risco de cegueira, uma vez que pessoas com perfil e habilidades parecidas tendem a trazer contribuições igualmente homogêneas. Sempre recomendo que as empresas revisem suas estruturas de Governança Corporativa para identificar o quanto de “diversidade” existe e quais as evoluções necessárias para isso.
Um dos propósitos do Fórum é também desenvolver lideranças femininas. O quanto as mulheres hoje ocupam espaços de liderança e o quanto ainda é preciso avançar?
As mulheres ainda ocupam poucos espaços de liderança formal. Apesar de já sermos mais de 50% no mercado de trabalho, quando vemos cargos de liderança esse índice cai para menos de 20%. Já em Conselhos de Administração o índice é ainda menor que 10%. Ao mesmo tempo há indicadores, como por exemplo do Banco Mundial, indicando que com a liderança estratégica realizada por mulheres aumenta o nível de Governança Corporativa e de responsabilidade social e ambiental das empresas. Essa mesma fonte reconhece que há um melhor desempenho em métricas como controles internos, redução de riscos de fraude e engajamento dos stakeholders. Ambientes organizacionais com a liderança feminina também são mais positivos e com reputação forte de marca.
Quais as dificuldades a serem superadas nesse sentido e como o debate e troca de experiências pode ser útil?
As dificuldades a serem superadas estão na relação entre o discurso e a prática. Existe um crescente discurso sobre diversidade e equidade de gênero em diversos ambientes institucionais, no público e no privado, em ONGs e nas relações sociais. Mas a prática se dará na medida em que mulheres tiverem: salários equiparados na mesma função, respeito à maternidade e suas necessidades, modelos de trabalho mais flexíveis, encorajamento e oportunidades dadas por homens. Na verdade isso vale não apenas para as mulheres, mas para pessoas mais velhas, pessoas portadoras de algum tipo de deficiência, pessoas de diferentes etnias. O futuro do consumo, do trabalho e, portanto, da economia, está na diversidade.
O que o IBGC tem feito nesse sentido?
O IBGC tem uma postura muito clara de incentivo à diversidade na Governança Corporativa. Temos um programa anual de mentoria para mulheres ocuparem cargos em conselhos de administração, o que gera um grande suporte para suas carreiras. Também temos as iniciativas dos grupos e fóruns de mulheres em algumas regiões do Brasil, como em Santa Catarina e Paraná.
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