Como está a sua saúde mental? Saiba como identificar sinais de depressão e de Burnout
Neste mês somos lembrados da importância do Setembro Amarelo, um movimento global de conscientização sobre a prevenção do suicídio. Como profissionais, é fundamental lembrarmos que nossa saúde mental não deve ser relegada ao segundo plano, especialmente no ambiente de trabalho.
Para entender a gravidade do problema, consideremos alguns dados alarmantes:
- Segundo a OMS, atualmente, mais de 450 milhões de pessoas são afetadas diretamente por transtornos mentais. E a depressão será a doença mais comum do mundo em 2030 e será também a que mais gerará custos econômicos e sociais para os governos, devido aos gastos com tratamento para a população e às perdas de produção.
- Pesquisa do “State of the Global Workplace 2022” (Estado do Trabalho Global 2022), relatório da Global Analytics e consultoria do Gallup, constatou que o estresse de trabalhadores atingiu o pico histórico no ano passado. Na pesquisa, 60% dos trabalhadores relataram que se sentiam emocionalmente desconectados de seus empregos.
- No Brasil, uma pesquisa da ISMA-BR revelou que 72% dos brasileiros no mercado de trabalho sofrem alguma sequela do estresse, e 32% deles sofrem de Burnout. E que, surpreendentemente, 92% das pessoas com a síndrome de Burnout continuam trabalhando.
O que você pode fazer:
- Conversar Abertamente: a primeira etapa para combater a depressão e o Burnout é abrir um diálogo franco. Encoraje as pessoas a compartilharem seus sentimentos e desafios. A empatia e o apoio podem fazer uma grande diferença.
- Identificar Sinais de Alerta: esteja atento aos sinais de estresse excessivo, isolamento social, mudanças de comportamento ou declínio na produtividade. Esses podem ser indicadores de problemas de saúde mental.
- Promover um Ambiente de Trabalho Saudável: Empregadores têm um papel crucial na promoção da saúde mental. Oferecer programas de bem-estar, flexibilidade no trabalho e treinamento de conscientização são passos positivos.
- Acessar Ajuda Profissional: incentive aqueles que estão sofrendo a procurar ajuda profissional. Terapeutas, psicólogos e psiquiatras estão disponíveis para apoiar e tratar problemas de saúde mental.
- Praticar o Autocuidado: não esqueça de cuidar de si mesmo. Faça pausas, exercite-se regularmente, mantenha uma dieta equilibrada e reserve tempo para atividades que o relaxem.
Os principais sinais de depressão e de Burnout podem se sobrepor em alguns aspectos, mas também apresentam características distintas. É importante estar ciente desses sinais para identificar possíveis problemas de saúde mental em si mesmo ou em outras pessoas.
Sinais de Depressão:
- Humor persistente deprimido: sentimentos de tristeza, desesperança e vazio que persistem por grande parte do dia, quase todos os dias.
- Perda de interesse e prazer: diminuição do interesse ou prazer em atividades que antes eram apreciadas.
- Alterações no sono: insônia (dificuldade em dormir) ou hipersonia (sono excessivo).
- Fadiga e falta de energia: sentimento constante de cansaço e falta de energia, mesmo após descanso adequado.
- Dificuldades de concentração: dificuldade em se concentrar, tomar decisões ou lembrar coisas.
- Alterações no apetite ou peso: perda ou ganho significativo de peso sem esforço específico ou alterações no apetite.
- Sentimentos de culpa ou inutilidade: sentimentos excessivos de culpa, autocondenação ou sentimentos de inutilidade.
- Pensamentos suicidas: ideias ou planos de suicídio, ou preocupações com a própria morte.
- Retraimento social: isolamento social, evitando interações sociais, mesmo com amigos e familiares.
- Sintomas físicos: dores crônicas, problemas digestivos ou outros sintomas físicos sem causa médica aparente.
Sinais de Burnout:
- Exaustão emocional: sentimento constante de esgotamento emocional, falta de energia e sobrecarga.
- Despersonalização: tendência a tratar colegas, clientes ou colaboradores com insensibilidade e indiferença, reduzindo a empatia.
- Diminuição do desempenho profissional: queda significativa no desempenho no trabalho, dificuldade em cumprir tarefas e responsabilidades.
- Cansaço persistente: sensação de fadiga crônica, mesmo após períodos de descanso.
- Dificuldade de concentração: dificuldade em se concentrar nas tarefas, com lapsos de memória e diminuição da produtividade.
- Irritabilidade: tendência a ficar facilmente irritado com colegas, clientes ou tarefas de trabalho.
- Problemas de sono: dificuldades para dormir, insônia ou sono de má qualidade.
- Dores físicas: dores de cabeça, dores musculares ou outros sintomas físicos relacionados ao estresse.
- Isolamento social: retraimento social, evitando interações fora do trabalho.
- Ceticismo em relação ao trabalho: sentimento de descrença em relação às metas e à importância do trabalho, cinismo em relação ao ambiente profissional.
É importante observar que esses sinais podem variar em intensidade e duração de pessoa para pessoa. Se você ou alguém que você conhece estiver experimentando vários desses sinais por um período prolongado, é fundamental buscar ajuda profissional, como um psicólogo ou psiquiatra, para avaliação e tratamento adequados. O diagnóstico e tratamento precoces podem fazer uma grande diferença na recuperação da depressão e do Burnout.
Por Regina Weber é psicóloga e consultora da Light Source
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